quinta-feira, 8 de abril de 2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

"ES FINGE"

CANTO I
proposição 1
Tentando vê-los daqui mais além
Imitando quem fizer o processo
Juntos partimos perguntando quem
Tem direito a este bom real sucesso
Os que têm estes direitos também
Bem não os veria aqui mas sei que os meço
Heróis lutando tanta nobre causa
Eles lá vão porque em vida não há pausa.

2
Obstinado pela vingança e pelo ódio
Procurando combate-los em vão
Que nesta batalha de espada em fio
Ninguém conseguirá ser campeão
Mas as liberdades do nosso brio
Só no fado desaparecerão
Tal não as são possíveis de ser vistas
Enfim, são figuras mais intimistas.

3
Sim, ó ares que vão e vêm a mim
Que queirais tu que me tocas na face?
Esse teu cheiro a verde de jasmim
É nuvem no sonho que me desgrace
Procuro-te em vão pois seria assim
Doce glória que me despedace
O grande som da guerrilha final
Sem o choro divino angelical.

4
Rumo agora à areia queimada
Por tanto sol que queima o ar escaldante
Rá em brasa e gente castigada
Gente essa que do Céu será amante
Divinamente será superada
Humanamente de escravo errante
Vicente levantará a bravura
Os Deuses cavarão a sepultura.

5
Os participantes de tal batalha
São vencedores da luta da vida
Mas usar a armadura grisalha
Não será vitória destemida
Quantas serão as muitas armadilhas?
Que é feito da paz agora sumida?
Os Heróis pobres serão venerados
Canto porque merecem ser tratados.

invocação 6
Somente a Vós, nem Deusas nem Humanas
Vos peço já que guiareis a bom porto
Esta conquista que tu, Sarah espanas
Destes humanos com divino exorto
Não lhes deixai sangrentas as catanas
Nem qualquer corpo sem alma lá morto
Protejam nossa grande rebelia
Quando abrir os olhos ser outro dia.

7
Ninfas minhas desse delta do Nilo
Concentrai vossas tamanhas vontades
Nos cujo destino fora o exilo
Por quem Ptolemeu não mostrou bondades
Embora estranho seu tipo de estilo
Mães e filhos morreram de saudades
O tirano ataca no coração
Pior pecado que não tem perdão.

8
Invoco-vos para que acabeis rápido
Vosso sono de toda eternidade
E tal sonho com um valor despido
Se tornem numa justa realidade
Não temeis a maldição do bandido
Já não sois Vós mais pedras de verdade
Vi vossas vozes velarem velozes
Despertai estas vinganças ferozes.

dedicatória 9
Para todos a glória triunfal
Que estão nos dois subsolos dos dois mundos
Protegidos pelo sagrado animal
Contudo não foram reunidos fundos
Improvável, mas quem desta espiral
Conseguir criar mais fortes os imundos
Superará a tarefa divina
Porá a água de novo cristalina.

10
Na História ainda rezam alguns
Que passaram acima das barreiras
Entretanto para o bem de uns
Outros já sofrem com grandes correias
Personagens recordados, nenhuns
Por bons feitos apenas as candeias
Vós podereis fazer a distinção
Seus imundos, mas nada até então.

11
Tendes a força e poder merecidos
Queda-vos o impulso da coragem
Um nobre homem, não daqueles esquecidos
Serviços altos de boa vassalagem
Este poderá ser dos entendidos
Mas neste deserto reina a miragem
Pode Vicente construir caminho
Com vista a livra-los do mal espinho.

12
Assim, por tantos gloriosos feitos
Marcam alguns na dádiva sagrada
Pelas veias do sangue correm leitos
Pátria, vitória que a todos agrada
Assim, nascem por caminhos direitos
Acontece porque o fado o consagra
Escolhidos não se sabe porquê
Para realizarem não sabem quê.

13
Génios futuros aparecerão
Mas crises irão hoje persistir
Contudo nas guerras os matarão
Os Heróis que não sabem desistir
Guerras pequenas desabrocharão
Pesos pequenos se farão sentir
Elas por poucos factos se tratarem
Eles são só por mal se alimentarem.

14
Não só estes merecem ser cantados
Mas sim todos os que querem viver
Estes são como se diz os Amados
Porque na vida sabem-nas escolher
Ás escolhas e aos actos ousados
Os que têm vontade vão poder
Fazer coisas para o bem do Homem
Desistência de outros eles a comem.

15
Então e quem são estes virtuosos?
Escritores, actores e cantores
Que fizeram seus trabalhos estrondosos
Renegados por todos os amores
Podem ser tudo menos horrorosos
Mas não têm fé e espalham rumores
Nos nossos nós nunca temos esperança
Logo continuamos na ignorância.

16
Espero que haveis aprendido a lição
E que vós deis valor a estas obras
Quer se trate prosa, palco ou canção
Autores não devem passar por sombras
E quem trabalha com o coração
Merece a glória e assim basta de cobras
Terminando para eles dedico
Transcrevo as palavras, assim digo.

narração "A Invocação dos 1001 Males" 17
Em Gizé reunidos para lutar
Estratificam planos revoltosos
Ao fim de tantos anos vão vingar
Crueldades sem pingo de remorsos
E enquanto este mal nos comandar
Poderemos é ter fé nos gloriosos
Já são só por tentarem combater
Com a força divina vão vencer.

18
Contudo não sabemos se os ajudam
Embora uma coisa seja sabida
Alguns ajudam mas outros desejam
A queda da causa já aprendida
Mesmo sem saber ao certo o que amam
Quer é partir a tropa destemida
Rumo à cidade que está no oriente
Navegam com sorte pela corrente.

19
Anúbis não parece concordar
O Deus da Morte não quer a mudança
No subsolo e sem se fazer notar
Profere aos seus súbditos com confiança:
"Espíritos meus, tenho de vos falar
Iremos apagar toda a esperança
Destes Homens que se julgam maiores
Enquanto eles são problemas menores".

20
Nisto, sombras escuras aparecem
Rodeiam-no de forma organizada
Até velhas tochas de luz carecem
Até que a palestra seja empezada
São centenas de horrores que merecem
Os terrores das gentes desprezadas
Os exércitos de mil e um mundos
Serão os adversários dos imundos.

21
Mas chega um convidado inesperado
A esta palestra de destruição
Do Mediterrâneo e acusado
De no Olimpo ter feito traição
Com chamas azuis sem estar cansado
Grandes os efeitos de distracção
Vem dar o seu contributo ao Deus
Possui alguns problemas que são seus.

22
Aqui está Hades em euforia
Seus olhos estão queimando o que resta
Da sua fidelidade à moradia
O perdão dissera que já não presta
Contudo neste momento o que via
Não era mais do que uma aresta
Poderia ser uma forte aliança
Poderia ser fonte de confiança.

23
Então fitando todos nesta sala
Começa a Anúbis o seu discurso:
"Aqui estou porque quero começa-la
A esta guerra que tem prazo curto
Sei que Vós sois poderoso e versátil
Mas juntos passaremos esta curva
De um modo mais fácil e veloz
Sem deixar a maior veia, a feroz.

24
Ptolemeu é forte para os humanos
Tem um dos bons exércitos da história
Com os Deuses não haverão enganos
Que conseguiremos fácil vitória
Contudo sendo nós os veteranos
A nós nos cabe ficar na memória
Comandemo-lo se o rei não gostar
Oh pobre aos Deuses não pode negar.

25
Logo depois de estar comandado
Sua guerrilha a nós pertencerá
E se o exército ficar parado
Só de um milagre se tratará
Homem que não fique petrificado
Ao ver um Deus não acontecerá
Então quando a força é duplicada
Mente humana vai quedar apagada.

26
É difícil pra os humanos lutar
Connosco a leva-los à razão
Mas caso o medo os apoderar
Lógico que é sinal de ingratidão
Pois ter tais poderes a liderar
Mentes que se alimentam pelo chão
Não é para todos os que quiserem
É até para muitos que não querem.

27
Para que quero eu participar?
Para que o Olimpo se arrependa
Para que não me volte a expulsar
Para que qualquer Deus que seja aprenda
Que não me vão conseguir acalmar
Que não me vão pôr longe da fazenda
Porque o que quero é liberdade
O que quero é uma irmandade.

28
Proponho assim a Vós um bom pacto
Para eliminar os que lá vêm
Não deixaremos Vicente é um facto
Até seus homens aos nossos pés caem
Só os eliminaremos com tacto
Porque medo é coisa que não têm
Agora pergunto se Vós queirais
Minha ajuda na aliança que montais?".

29
Olhou vivamente o seu discurso
Deveras surpreso ao aparecer
Não esperava ajuda deste recurso
Um acto feito para surpreender
Mas para tal é preciso um curso
Algo que Hades sabe bem fazer
Uma prova da sua fidelidade
Uma emboscada feita na cidade.

30
Começou Anúbis a argumentar
Ao fim de um bocado a reflectir:
"Oh tu que aqui acabas de chegar
É certo que a Vós não vos vou mentir
Para a minha aliança conquistar
Tereis neste momento de partir
Vá para Gizé criar um obstáculo
Que tarde o final do espectáculo.

31
Não é seu objectivo os parar?
Nem que Vós tenhais de criar um monstro
Mas deveis começar a actuar
E avançar directo ao seu encontro
Para que tenteis a mal remediar
Algo que à muito tempo eu consto
Cada dia seus homens mais fortes ficam
E nossos aliados fracos se mostram.

32
Que toda a graça divina o acompanhe
E cumpra com sucesso sua missão"
Ao fim disto só se ouviu: "Não estranhe
Se acabar com sua diversão
Direi a todo o mal que me entranhe
Pois o que não terei será perdão
Irei agora partir em viagem
Destruir sua ridícula paragem".

33
Então incandescentes labaredas
Voavam em toda a sua volta
Suaves e distintas tipo cedas
Beleza de pormenor nada em falta
Aos Deuses de nada adiantam moedas
Agora Hades nem as preces escuta
Descola ele na sua aventura
Boa alma há-de ficar impura.

34
Já não eram vistas em céu aberto
As chamas que deitava furioso
Mas quando se vê Anúbis de perto
Constata-se um modo mais cauteloso
Pensa que Hades não terá sido esperto
E não há nada mais curioso
Que ver o erro que terá causado
Subestimar um humano magoado.

35
As suas forças não se medem aos palmos
Mas não parece haver essa noção
Nem a precisão de todos os salmos
Garante que tal seja a salvação
Saber-se-à se os humanos estão salvos
Se souberem defender sua nação
Contudo agora à que observar
A batalha que irá despertar

"O Clarear da Miragem" 36
Entretanto já se vai começando
A tratar pormenores de batalha
Vicente esse fica no comando
Passos vigorosos a areia espelha
Chega então o que estava vigiando
Reparou numa trama do canalha
Uma armada cheia de defesa
Explicou assim encostado à mesa:

37
"Oh eram como bestas gigantescas
Feitas da mais resistente madeira
Defendendo são somente grotescas
Atacando não só de uma maneira
Em volta armadilhas cavaleirescas
Os apanhados vão para a fogueira
Esta está no meio da capital
Para esclavagistas algo banal.

38
Já não falo de homens que são milhares
Rodeando as incríveis muralhas
É certo que estão todos talhados
Marcados pelas antigas batalhas
Por todo o lado estão espalhadas
Suas tropas minadas de canalhas
Enfim nosso exército é incapaz
Sim vai crescendo mas sempre atrás".

39
Perante malditas afirmações
Algo mudou no rosto destes homens
O medo entrou em seus corações
Tempo para pensar já eram horas:
"Mas para que servem vossos espigões?
Juntos gritaremos mais que mil óperas
Se um pode sozinho fugir da morte
Acompanhado torna-se mais forte.

40
Acreditem que eu sei do que falo
Da pirâmide consegui escapar
Orgulho-me e assim não me calo
Pois conseguiremos fazê-lo parar
Acreditem que as correntes estalo
Quando alguém consegue esperar
O momento exacto de ataque
Até que sangue inimigo alguém tape.

41
Pergunto-me se tereis coragem
Para seguir em frente com esta guerra
Pois então toda a nossa viagem
Não terá passado de andar por terra
Vossa crença não será a miragem
Vosso medo jamais vos amarra
Quereis ou não continuar a pisar
Terreno perdido a fim de lutar?".

42
Estas foram palavras de Vicente
Foi mesmo o primeiro a levantar
A sua arma estava bem patente
Simboliza vitória quem mostrar
Ergueu fortemente o braço quente
E esperando as outras armas no ar
Seu irmão mostrara orgulho fazendo
Mesmo gesto mas por dentro tremendo.

43
Contudo parece que isso bastou
Para que o esperado acontecesse
Um a um cada qual levantou
Arma destra para que não esquecesse
Razão que até ali os motivou
Para todo o que desaparecesse
Não ficasse só em esquecimento
À que mudar vosso comportamento.

44
Acaba com seus gritos gloriosos
Cheios de força, trabalho, suor
Prontos para os feitos estrondosos
A cada dia há mais e melhor
Estes querem ser os vitoriosos
É que dentro deles existe amor
A um mundo cheio de igualdades
A um mundo vazio de oportunidades.

"O Fiasco dos Deuses no Olimpo" 45
Em terra da viagem se tratava
No Olimpo o fado se decidia
Era Apolo quem os homens amava
O seu futuro este defendia
Mas outro dizia que castigava
Só por uma ocasião esperaria
O momento de os ver vacilar
Para que à traição possa atacar.

46
Agora o invasor era o Egipto
Anúbis proferia a sua palavra
Começando a falar com seu ímpeto:
"Que ireis fazer a essa gente de lata
Isso sempre o foi e está escrito
Pois gente que na terra nossa lavra
Terão um preço justo a pagar
Pela guerrilha que estão a criar.

47
Essas consciências inconscientes
Não sabem dar valor ao que recebem
Porque suas psicologias doentes
São sempre limitadas não percebem
Que com tais atitudes de dementes
Somente uma coisa eles conseguem
Comportamentos fazem enfadar
Deuses seus corpos irão castigar.

48
Peço então que a decisão que tomais
Fado do povo possa decidir
Seja a correcta e que reconheçais
Que a decisão que daqui sair
Remediar Vós já não podereis
Pois se o mau fado começa a partir
A decisão não podemos mudar
Destino na mão dos Homens vai estar".

49
Com um discurso bem argumentado
Será difícil de não concordar
Mas o que está também preparado
É discurso para contra-atacar
Algo por Anúbis já esperado
Existe sempre alguém a discordar
As palavras de Apolo escutemos
Se bem defender reconsideremos:

50
"Como afirmou Vós correctamente
Os humanos na nossa terra lavram
Julgo que não ficareis carente
Pelas pequenas partes onde cavam
Pois sois considerado imponente
Pelas suas gentes que o admiram
Sabem que Anúbis pode revoltar
Suas terras e famílias matar.

51
Sem compreender a sua revolta
Não sei que mal lhe pode acontecer
Sendo Vós Deus e eles simples lata
Certo que não tereis nada a temer
Contudo eu sei qual será nossa quota
Pagar o erro que pode ocorrer
Mas batalhas que estão a ser travadas
Não podem ser só banais embrulhadas.

52
Mas também porque estais protestando?
Ambos sabemos que a meio caminho
Para Gizé está Hades preparando
Uma criatura que ainda é mito
Que os Humanos não ganham só lutando
É que nem os homens com suas mitras
Poderão lutar contra a maldição
Vem voando para a sua direcção.

53
Vejo no seu olhar preocupado
Não Deuses que poderão intervir
Sim gentes que correm naqueles pátios
Pois coragem há-de sempre existir
Seja nesta ou mesmo em qualquer pátria
O medo se pode sempre extinguir
Não me parece que aquele Deus
Pense que os problemas possam ser seus.

54
Parece que Vós tomais consciência
De que a coragem destes lutadores
Consegue arruinar qualquer potencia
Que seja contra os seus valores
Também esta humana penitencia
Não acabará com os seus amores
Apenas alimentará o ódio
Ainda que só um subirá ao pódio.

55
Queirais Vós saber então saber o que eu penso?
Não duvido de que estais com medo
E que todo esse seu ar intenso
Despertará a guerra sem comando
Mesmo que obreis a chama do incenso
Nem dito, nem pedindo, nem rezando
Podeis fina vitória obter
Pois até o Fado irá combater.

56
Tomai consciência e deduza
Não é criando mais armadilhas
Que tornará sua defesa mais dura
De tudo o que sabei somente diga
Algo que não enfureça a Medusa
Pois assim descansaremos, tenho dito"
Entretanto o que foi acontecer
Apolo não conseguiria prever.

57
O mar em baixo grita agitado
Sinal, mentira fora descoberta
O céu encima chora nublado
Sem deixar passagem de sol aberta
Desejar este clima inesperado
Só de uma alma com sua fé deserta
Ou uma verdade intolerável
Mais até que mentira indesejável.

58
Caso de um Deus isto não se tratasse
Diria que por dentro está tremendo
Devia saber que se acontecesse
O que mesmo agora foi começado
Era natural que não esperasse
Boa resposta de quem foi escutando
Suas palavras com divina atenção
Suas palavras minadas de traição

59
Começara forte a respiração
Em clima de serrado nevoeiro
Ritmo marcava a precipitação
Que inundava o Olimpo inteiro
Como se de um sonho ou ilusão
Se tratasse este modo de viveiro
Vira-se Poseidon a afirmar
Pois não suporta calado ficar:

60
"Traidor, Vós sois mil vezes um traidor!
Como possais ser assim tão ignorante
Porque nem Hades com o seu calor
Poderia ser tão exuberante
Ao ponto de confessar seu tremor
Para as águas de um comandante
E se ainda estais baralhado
Permita-me deixa-lo esclarecido.

61
Lá vão já algumas dezenas de luas
Desde a sua tomada de decisão
Falar sobre dificuldades suas
A quem não merece nosso perdão
Que dissestes ofensas nuas
Sem mais vergonha ou admiração
Mas o certo é que as referistes
Nossa confiança em ti desfizestes.

62
Para quê essa cara de espanto?
Pensais que nos podeis enfrentar
Sem que déssemos conta do seu canto?
Sabeis que toda a água posso controlar
E que todo o mar é como um manto
Que para mim é fácil comandar
Mesmo assim Vós sois um inconsciente
Reunir numa ilha rodeada de gente.

63
Gente essa que não é mais que mar
Com qual eu falo, ouço e vejo
Essa gente bem vos ouviu falar
Por detrás de um mineral mais rijo
Que um diamante, só Vós podeis criar
Fiquei admirado, isso não finjo
Pois esperava-o inteligente
Enfim, veremos daqui para a frente.

64
Todos seus feitos de salvação
Não passaram de sinal de confiança
Eram só manobras de distracção
Mas não sabeis que só a esperança
Deste humano aumentou, com razão
Minha pessoa só espera que nasça
Coragem divina já prometida
Que encaminhe a vitória merecida.

65
Darei minha palavra terminada
Que agora consequentemente
Com castigo de Zeus será cumprida"
Sua cara desiludida e dormente
Mostrava a desilusão estampada
Zeus não poderia estar contente
Com Apolo o mesmo se passava
Porque a traição não foi como esperava.

66
Restara tomar iniciativa
Pois parado não podia ficar
Não era a primeira consecutiva
Que conseguia os Deuses enganar
Restara uma força imperativa
Para dali conseguir escapar
Mas eis que em vez de chuva forte e negra
Cai lama grossa que vai contra a regra.

67
Estava Anúbis a responder
Antiga tradição e/ou maldição
Poseidon para os Deuses defender
Um escudo de água mete em acção
Cavalos aquáticos a suster
Enorme peso sem comparação
Contudo a lama é em demasia
Comparada àquela maresia.

68
Poseidon estava em agonia
Mais tempo não podia sustentar
Por fim ataca Zeus com energia
Milhões de voltes está a disparar
Para o céu e como por magia
Consegue fazer a tormenta parar
Então rebenta uma nuvem eléctrica
Provém do seu corpo de forma histérica.

69
No Olimpo ouviu-se grito estridente
Quando esta energia se vê libertar
Era o dos mares que se vê impotente
De nesta batalha continuar
Toda aquela água surpreendente
Terreno divino fez inundar
Cascatas já se haviam criado
Tal não poderia ser evitado.

70
Apolo via-se assim em vantagem
Os três irmãos estavam separados
Hades foge e os outros reagem
No final estão os dois acabados
Um somente devido à sua coragem
Outro por ter dois irmãos afastados
Um que quer vingar vendo-o perder
Outro que tudo o que quer é poder.

71
No entanto aparece quem não se esperava
Rá com seu olhar cheio de puro mal
Esse por entre os seus voava
Preparado para um juízo final
Queimava o céu por onde passava
Com força e ódio de um animal
Nunca tocando o Olimpo, girou
E em um instante apenas falou:

72
"Como ousais deixar passar essa força
Se é que assim se pode falar
Pois de humanos só restará a carcaça
Quando Nós os formos a enfrentar
Somente sei que por mim ninguém passa
Como tereis dúvidas a pensar?
Se a espada de Vicente se erguer
Herói será e a Nós irá esquecer.

73
Não posso permitir Vossa jogada
Ireis dificultar Nossa existência,
A dos que no Egipto fora criada
E que agora estão em decadência
Para que não seja concretizada
Lamento mas jogarei com potência
Da Moradia vou-me despedir
Acalmai-vos pois nada ireis sentir".

74
Não tinha acabado de as pronunciar
Quando algo começa a eclodir
Mais dourado que o ouro está a ficar
Rá prepara-se para explodir
Mil chamas o estão a rodear
O Olimpo este quer extinguir
Fogem os Deuses como por magia
Zeus e Poseidon sós na Moradia.

75
As labaredas danças em seu torno
Tão quentes que derretem próprio chão
Pra cima, pra baixo e em seu retorno
Chocam, criam atómica explosão
O céu fica vermelho morno
Aperto acontece no coração
Zeus mais nada pode fazer
Resta saber o que irá acontecer.

76
Barulho audível em todo o planeta
De desespero do grande Zeus
Pois quando esta explosão é desperta
Nem tempo há para dizer adeus
Com defesa de Poseidon aberta
Está vulnerável este Deus
O seu irmão vai em sua defesa
Do Olimpo abaixo este o arremessa.

77
Para onde foi está no seu lar
Poderá conseguir sobreviver
Já Zeus de costas está a lutar
Para tentar não desaparecer
Porque para Poseidon salvar
Teve alguma coisa a perder,
Bom tempo que apesar de banal
Para este Deus pode ser fatal.

78
Começa a sua pele a queimar
Gritos de dor da boca vão saindo
fumo de seu corpo está a deitar
Seus olhos jazem brancos vão criando
A ilusão que seu corpo vão deixar
Seus cabelos loucos estão fervendo
Até que todo o Deus começa em chamas
Para esta arma não existem armas.

79
Abre Rá seus braços lateralmente
Para acontecer algo mais brutal
Nova réplica vem surpreendente
Mais forte e quente pra um grande final
Zeus é a sua vítima presente
Este nem suporta outra igual
Explode em infinitos pedaços
Nem poeiras nos próximos espaços.

80
Antes de Anúbis ser atingido
Protegeu-se numa mágica barreira
Apolo estava lá dentro inserido
Mas o protector, de forma fantástica,
Afasta-se deixando-o desprotegido
Seus berros de dor pro egípcio são música
Vendo-o frito e desintegrado
Foi prazer, por sua ajuda ficou grato.